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Cycle Time vs Takt Time

Takt Time e o Cycle Time são conceitos relacionados, mas bastantes vezes mal interpretados pelas empresas, e até mesmo verifica-se confundirem.
 

Cycle Time (Tempo de Ciclo)

Cycle time é o tempo entre partes (peças, unidades ou clientes atendidos) consecutivas que um sistema de operações consegue produzir ou servir.

É definido pelo mais lento dos processos ou etapas. A este processo é frequente chamar-se de estrangulamento ou bottleneck. Este tempo é medido em tempo por unidade (ex. [min/cliente] ou [seg/peça]) e não inclui os tempos não produtivos como: avarias, defeitos, acidentes ou outros.

Dada a presença de falhas nos processos, é frequente encontrar desvios entre o tempo de ciclo planeado (valor de referência ou target cycle time) e o tempo de ciclo actual. A relação entre os dois tempos pode ser entendida como uma medida de eficiência (E) do processo, ou seja:
 
E = target cycle time/actual cycle time * 100%
 
O tempo de ciclo não tem de ser calculado. Tal como referi antes, ele resulta do processo ou da estação de trabalho bottleneck (.e., da mais lenta das etapas).

Este tempo não considera perdas dado que apenas é determinado quando o processo está em funcionamento.

 

Takt Time (Tempo de Ciclo Variável com a procura)

Por outro lado, o takt time (Tt) (também ele um tempo de ciclo, mas neste caso definido pelo consumo), resulta do seguinte cálculo:
 
Tt = tempo disponível / procura nesse tempo [tempo/unidade]
 
O takt time considera perdas e paragens nos processos. Se num dado “período de tempo disponível” (ex. um turno ou uma semana) a procura variar, então o takt time também varia.

Em oposição, o tempo de ciclo mantém-se constante pois não depende do consumo (procura ou cliente) mas sim da mais lenta das operações. Quanto maior a procura do cliente menor o takt time.

Em momento algum o tempo de ciclo de um sistema de operações poderá ser superior ou igual ao takt time. Do mesmo modo que todas as situações em que o takt time é muito superior ao cycle time resultam em desperdício para a Organização dada a baixa ocupação dos recursos. Estes dois importantes tempos podem ser apresentados num só gráfico, o gráfico Yamazumi (aqui apresentado na sua versão simplificada):
 

O gráfico apresentado anteriormente refere-se a uma área de trabalho (ex. célula ou linha) composta por seis centros de trabalho (Wks).
  • De acordo com a procura (140 peças/turno) o takt time é 3.32 min (ou seja, a cada 3.32 min, ou 199 segundos, esta área de trabalho tem de produzir uma peça).
  • cycle time é 3,05 min (ie, o maior dos tempos, neste caso localizado na estação Wk6).
  • A folga (slack) de cada estação é a diferença entre o takt time e o seu tempo de ciclo, assim para a estação Wk3 temos: 3,32 – 1,46 = 1,86, o que corresponde a uma ocupação de apenas 44%.

A folga total (total slack) é 4,49 min o que em termos práticos significa que há um operador a mais nesta área de trabalho. Como é que isto é calculado? Dividindo o total slack pelo takt time

O tempo de ciclo médio (2,57 min) é apenas indicativo e pode ser enganador. Por esta razão recomenda-se ignorá-lo. Um tempo de ciclo médio inferior ao takt time não garante que a procura seja satisfeita apenas nos diz que em média os centros de trabalho têm um tempo de ciclo inferior ao takt time, nada mais que isso.

Vejamos o exemplo que se apresenta na figura seguinte:
 

Repare que o takt time e o tempo de ciclo médio não mudaram e o total slack aumentou (4,53 min)... No entanto, na actual configuração da área de trabalho não será possível satisfazer a procura de 140 un/turno dado que a estação bottleneck (Wk6) não o permite. A Wk6 está limitada a 127 un/turno (bem distante das 140 pedidas pelo Cliente).

Numa situação ideal as folgas (slack) em cada estação estão minimizadas (i.e., próximas de zero minutos) e isto só se consegue com grande flexibilidade por parte das áreas de trabalho (i.e., equipamentos, pessoas e instalações flexíveis) que permitam o balanceamento das áreas de trabalho sempre que a procura mude.

Ou seja, os recursos operacionais terão de ser flexíveis para que se ajustem à procura: mais consumo mais recursos activos, menos consumo menos recursos.

Este é um dos desafios dos sistemas de operações lean: sincronização rápida e flexível. E este é apenas um dos temas que desenvolveremos na formação Especializada Lean Management.

cycle time tem de estar em sintonia com o takt time para que a procura seja satisfeita e os interesses da Organização sejam acautelados. Takt time (definido pelo Cliente, o Maestro do sistema de operações lean) é um tempo mandatário, é o tempo a que a Orquestra (sistema de operações) tem de respeitar.
 
Nota: Se pretender uma cópia do file xlsx dos cálculos e do gráfico Yamazumi faça, mande-nos um email (mgt@cltservices.net) que de seguida recebe o file.
 

João Paulo Pinto
CEO CLT



 

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