Nemawashi - aprenda falando
Seguramente já ouviu a expressão “mais trabalho, menos conversa” ser aplicada com o propósito de alertar um colega, familiar ou amigo para o facto de que a conversa está a atrapalhar a execução de uma tarefa prioritária.
Mas, será que a conversa é sempre prejudicial e anti producente? É sobre isso que iremos falar no artigo desta semana.
A origem do termo Nemawashi encontra-se na atividade de escavar à volta das raízes de uma árvore, de modo a preparar o seu transplante para um novo local. Este procedimento torna o trabalho de transplantação mais fácil (para nós) e mais efetivo (para a árvore sobreviver), o que é deveras vantajoso. O Nemawashi foca-se em criar um plano informal que, de forma progressiva, produz as fundações fundamentais para a efetivação de uma mudança (de procedimentos, de atitude ou até de mentalidade) bem-sucedida. Envolve falar com as pessoas, ouvir, recolher feedback e, por fim, chegar a um consenso entre todos os intervenientes. Por outras palavras, exige conversa, muita conversa.
Contrastando com o Nemawashi existe o ato de arrancar a árvore do seu local, sem qualquer cuidado ou preparação. Um processo brutal incapaz de preservar as raízes que vai debilitando a árvore ao ponto que não se espera que a árvore consiga suportar tal deslocação. (Como uma metáfora para as mudanças impostas que presenciamos dia após dia sem qualquer perspetiva de sucesso futuro.)
Conversar para quê?
Aprendemos quando ouvimos, mas também quando falamos. Ao descrevermos alguma coisa a alguém, o nosso entendimento acerca do tema é melhorado. Foi com esta curiosa questão em mente que uma equipa de investigadores da universidade do Michigan estudaram e experienciaram o ato de conversar e chegaram à conclusão que o ouvinte numa conversa beneficia do simples ato de ouvir, no entanto, é o orador que ao exprimir-se obtém mais resultados cognitivamente. A ideia de que aprendemos falando, está relacionada com a forma como guardamos a informação nos nossos cérebros. Se for um pensamento para nós próprios será estruturado de forma diferente face ao ato de falar para alguém. Porquê? Porque organizamos a informação de uma forma mais elaborada, com um carácter mais crítico, obrigando-nos a pensar nas coisas de diferentes perspetivas para, assim, alcançarmos uma transmissão mais efetiva das ideias.
Infelizmente, damos pouca importância ao saber ouvir e à reflexão antes de nos expressarmos.
O que devemos reter:
Graças ao Nemawashi, as organizações japonesas, raramente cometem erros estruturais (como o Diesel Gate da VW). Ao evoluir passo a passo (PDCA) e ao recolher o feedback de todos é mais difícil que uma má ideia ou iniciativa vingue na organização. Lean, sem ele as iniciativas Kaizen e tantas outras podem acabar por cair no erro de impor soluções e ferramentas. É importante lembrar que, da mesma forma que, uma criança primeiro tem que aprender a gatinhar para então depois começar a andar e, por fim, correr. Também as iniciativas Kaizen devem começar por resolver problemas das pessoas para, posteriormente, se focar no processo e por fim na produtividade.
João Paulo Pinto (https://www.linkedin.com/today/author/0_36zCMGZ-kbCITtJtIm8hVJ?trk=prof-sm)
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Mas, será que a conversa é sempre prejudicial e anti producente? É sobre isso que iremos falar no artigo desta semana.
A origem do termo Nemawashi encontra-se na atividade de escavar à volta das raízes de uma árvore, de modo a preparar o seu transplante para um novo local. Este procedimento torna o trabalho de transplantação mais fácil (para nós) e mais efetivo (para a árvore sobreviver), o que é deveras vantajoso. O Nemawashi foca-se em criar um plano informal que, de forma progressiva, produz as fundações fundamentais para a efetivação de uma mudança (de procedimentos, de atitude ou até de mentalidade) bem-sucedida. Envolve falar com as pessoas, ouvir, recolher feedback e, por fim, chegar a um consenso entre todos os intervenientes. Por outras palavras, exige conversa, muita conversa.
Contrastando com o Nemawashi existe o ato de arrancar a árvore do seu local, sem qualquer cuidado ou preparação. Um processo brutal incapaz de preservar as raízes que vai debilitando a árvore ao ponto que não se espera que a árvore consiga suportar tal deslocação. (Como uma metáfora para as mudanças impostas que presenciamos dia após dia sem qualquer perspetiva de sucesso futuro.)
Conversar para quê?
Aprendemos quando ouvimos, mas também quando falamos. Ao descrevermos alguma coisa a alguém, o nosso entendimento acerca do tema é melhorado. Foi com esta curiosa questão em mente que uma equipa de investigadores da universidade do Michigan estudaram e experienciaram o ato de conversar e chegaram à conclusão que o ouvinte numa conversa beneficia do simples ato de ouvir, no entanto, é o orador que ao exprimir-se obtém mais resultados cognitivamente. A ideia de que aprendemos falando, está relacionada com a forma como guardamos a informação nos nossos cérebros. Se for um pensamento para nós próprios será estruturado de forma diferente face ao ato de falar para alguém. Porquê? Porque organizamos a informação de uma forma mais elaborada, com um carácter mais crítico, obrigando-nos a pensar nas coisas de diferentes perspetivas para, assim, alcançarmos uma transmissão mais efetiva das ideias.
Infelizmente, damos pouca importância ao saber ouvir e à reflexão antes de nos expressarmos.
O que devemos reter:
- Conversar é uma ação. Pense “Nemawashi”, o que é mais positivo, escavar à volta das raízes ou arrancar e matar uma árvore?
- As conversas dão-nos a oportunidade de entender melhor o que já sabemos.
- Numa conversa ouvir é tão importante quanto falar.
Graças ao Nemawashi, as organizações japonesas, raramente cometem erros estruturais (como o Diesel Gate da VW). Ao evoluir passo a passo (PDCA) e ao recolher o feedback de todos é mais difícil que uma má ideia ou iniciativa vingue na organização. Lean, sem ele as iniciativas Kaizen e tantas outras podem acabar por cair no erro de impor soluções e ferramentas. É importante lembrar que, da mesma forma que, uma criança primeiro tem que aprender a gatinhar para então depois começar a andar e, por fim, correr. Também as iniciativas Kaizen devem começar por resolver problemas das pessoas para, posteriormente, se focar no processo e por fim na produtividade.
João Paulo Pinto (https://www.linkedin.com/today/author/0_36zCMGZ-kbCITtJtIm8hVJ?trk=prof-sm)
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